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O RECEPTOR INSPIRE/NASA DA A.A.P. ENTROU EM FUNCIONAMENTO !!!

Por: Audemário Prazeres

Fundador da A.A.P., e responsável pelo programa de Radioastronomia da A.A.P.

Quando a A.A.P., foi fundada em 1985, imediatamente ela deu início nas práticas em Radioastronomia. Na época, a A.A.P., teve o privilégio de corresponder com o Prof. G. W. Swenson responsável por um artigo considerado "lendário" intitulado "An Amateur Radio Telescope" que foi publicado na Revista Sky and Telescope. esse trabalho do Prof. Swenson tornou-se uma referência na radioastronomia interferométrica por apresentar conceitos, e esquema completo de construção de um receptor interferométrico. O grande problema para nós aqui no Brasil, é que alguns componentes eletrônicos disposto no circuito era na época considerado uma "mosca branca de olhos azuis" de tão difícil de encontrarmos. Como não havia naquela época a facilidade de importação de peças, tínhamos que fazer uso de esquemas alternativos para termos o nosso radiotelescópio interferométrico. Assim sendo, ousamos na época em construir um receptor interferométrico de "comutador de fase" (de forma absolutamente sintética, é atuar com dois sinais distintos onde um é a radio-fonte, e o outro ruídos onde o cruzamento de suas ondas o fazem eliminar nos dando mais "clareza" nos sinais da radio-fonte).

É por isso que já observávamos na logomarca de época da A.A.P, e que perdura até os dias atuais, a representação de uma antena parabólica evidenciando atuar nesse segmento intrigante, e interessante que é o estudos das ondas de rádio onde começamos com um receptor interferométrico de 146 MHz composto por duas antenas tipo Yagi espaçadas cada uma do receptor em 25 metros.

Em seguida, atuamos com um receptor de 110 MHz que operava com uma antena log-periódica direcional. Esse receptor foi feito através de modificações em um receptor comercial de FM. Ambos radiotelescópios da A.A.P., visava o Sol no monitoramento do Sudden Ionospheric Disturbance (SID), onde em paralelo fazíamos o acompanhamento óptico das manchas solares.


Em meados de 1994, a A.A.P., deu início ao desenvolvimento da Radioastronomia em VLF (Very Low Fequency - Frequências Ultra Baixas) com um receptor que atua na frequência de 5 a 15 KHz disposto em uma antena "loop" (de Quadro), mediando 0,80 X 0,80 cm com 200 espiras de fio esmaltado colocada em um mastro com 5 metros de altura. Esse sistema ainda se mostra em operação nos dias atuais.


Com a entrada da A.A.P., no importante programa INSPIRE da NASA (https://www.astroideias.com/post/a-a-a-p-oficialmente-no-programa-inspire-da-nasa), a mesma adquiriu o Kit receptor VLF-3 para atuar nas ondas de rádio na faixa de frequência de 0 a 10 kHz.


Essas frequências baixas do espectro só são audíveis ao ouvido humano quando convertidos em ondas sonoras por alto-falantes ou fones de ouvido que correspondem ao ruído de fundo da ionosfera (aproximadamente 70-90 km de altitude). Essa faixa de altitude é uma região notoriamente difícil de estudar uma vez ser muito alta para balões, e por conseguinte, muito baixa para os satélites. Então, a melhor opção é o sensoriamento remoto feito em solo para obter informações sobre essa região.


A importância da Radioastronomia em VLF é fundamentada no monitoramento das emissões de baixa frequência nas quais entendemos os fenômenos associados aos terremotos, erupções solares e descargas elétricas em nossa atmosfera. Pois bem, é justamente essas descargas elétricas que ocorre na ionosfera que a A.A.P., focará suas pesquisas. Pois, o Brasil é um país com alto índice de incidência de raios. De acordo com o Grupo de Estudos em Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), cerca de 50 milhões de raios caem no Brasil por ano, e justamente na ocorrência desses distúrbios na Ionosfera causados pelos raios que atuaremos com mais serenidade.


PRIMEIROS REGISTROS DO RECEPTOR INSPIRE/NASA DA A.A.P.

Trata-se de dois relâmpagos (raios entre nuvens) sendo um gerado de forma MUITO distante, e outro distante. É impressionante a sensibilidade desse receptor.

ABAIXO IMAGENS DE TODO O PROCESSO DE MONTAGEM DO RECEPTOR VLF-3 INSPIRE/NASA DA A.A.P.


Separação dos resistores antes da soldagem. Improvisação da disposição dos pequenos capacitores de cerâmica fixos em uma barra de sabão.


Resistores já soldados na placa de circuito (esquerda). Todos os componentes soldados (direta). Note que a bateria de 9 Volts é recarregável.

Vista de perfil dos componentes na placa (esquerda). Vista frontal no momento do encaixe da placa de circuito (direita).

Observamos à esquerda o receptor com uma antena retrátil para quando houver um deslocamento distante da base. E na direita, vemos o receptor acoplado ao cabo da antena loop (quadro) na estação base da A.A.P.

Observem à esquerda, que é acoplado na saída de microfone do receptor um gravador digital com capacidade de 32 Gb que por dias pode ficar gravando os sinais para posterior analise sonora.

A A.A.P., desde a sua fundação em 1985, JAMAIS ocorreu interrupção de suas atividades. São 36 anos onde nos entendemos como verdadeiros RESILIENTES na Astronomia Amadora Observacional Sistemática.


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