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É MELHOR O TELESCÓPIO REFLETOR OU A LUNETA REFRATORA?

Audemário Prazeres

Presidente fundador da A.A.P.

Atuante na Astronomia há 41 anos, e construtor de telescópios artesanais.


Essa pergunta é bem típica entre os aficionados pela Astronomia. Porém para afirmar objetivamente qual estilo do instrumento (Refrator ou Refletor), tem que se ter noção das particularidades entre um e outro. Assim, para responder corretamente a sua dúvida, torna-se necessário definir algumas dessas “particularidades”.


Quanto aos REFRATORES:


a) Em uma lente conversa (refrator) temos que distinguir o EIXO PRINCIPAL, que é a linha reta indo pelo centro das superfícies da lente;

b) FOCO PRINCIPAL, que é o ponto de convergência dos raios;

c) DISTANCIA FOCAL, que é a distância da lente até o foco principal; Quando a distância do objeto até a lente conversa é menor do que a distância focal, a lente dá uma imagem maior do que o objeto mesmo. Ou seja: Nos mostra uma IMAGEM VIRTUAL. Mas quando a distância do objeto até a lente é maior que duas vezes a distância focal e, no mesmo tempo, a distância do olho maior que duas vezes a distância focal, recebemos uma imagem menor e invertida, que é a IMAGEM REAL, porém, com uma concentração de luz muito maior do que o próprio olho pode colher. Exemplo: Uma lente convexa de 80 mm de diâmetro capta 1000 vezes mais luz do que a pupila do olho de 8 mm de diâmetro. E esta última propriedade, faz com que a lente principal (objetiva), tenha maior poder em concentrar mais luminosidade.



Com isto, um telescópio refrator é utilizado para ver mais nitidamente objetos longínquos de fraca luminosidade. Assim, a segunda lente convexa amplia esta imagem menor e invertida de maior luminosidade que chamamos de OCULAR. Então, quanto maior a lente objetiva, maior luminosidade e melhor distinção de detalhes usando oculares mais fortes. Essa relação chamamos de PODER DE RESOLUÇÃO do instrumento.


Os defeitos de um REFRATOR sem qualidade são: a) Aberração Esférica, onde a lente objetiva faz refratar os raios das bordas mais do que os do centro. Ou seja:


a) Quanto maior a refração (numa lente grossa com distância focal pequena), mas borrada se torna a imagem e com menos nitidez no limite do campo visual;

b) Aberração Cromática, Se mostra na imagem halos das cores do espectro (arco-íris), onde se corrige esse problema com duas qualidades de vidros de lente objetiva diferentes. Um dubleto (são duas lentes juntas na objetiva), o que chamamos de LENTE COMPOSTA “ACROMÁTICA”;

c) Exigisse uma montagem robusta, que lhe promova instabilidade, e sendo repousado em uma montagem EQUATORIAL. Pois as existentes em sua maioria AZIMUTAL torna-se inconveniente firmar um determinado astro, por exigir dois ajustes simultâneos para corrigir o movimento de rotação da Terra;

d) Preços dos bons REFRATORES são mais elevados em relação aos REFLETORES;


Quanto aos REFLETORES, temos mais vantagens. Por exemplo:


a) Não há Aberração Cromática;

b) Não há Reflexão Interna;

c) Não se precisa de vidro de grande qualidade do seu espelho principal e secundário;

d) Não ocorre Aberração Esférica;

e) E geralmente eles vêem com montagem EQUATORIAL;

f) São mais em conta em relação aos bons REFRATORES;


Quanto aos defeitos dos REFLETORES, eles existem, e o principal deles é uma perda de luz nos astros longínquos de magnitude tênue, uma vez a luz desses astros serem “rebatida” nos espelhos internos do Refletor até sair pela ocular, o que ocorre uma perda dessa luz. Porém temos que saber qual modelo se faz uso para ter uma noção do quanto é ou não significativo essa perda. Pois saiba que temos vários modelos: O clássico Newtoniano de Newton; Henschel com o sistema “Front View”; Cassegrain; Schimidt e Maksutov. Afinal, de um modelo a outro, a nitidez da imagem captada torna-se inferior a de um bom REFRATOR.

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Entre todos esses modelos de REFLETORES, os melhores são os Maksutov e Schimidt, isso é fácil entender se você analisar que os maiores telescópios dos grandes observatórios fazem uso desses modelos.


EM SINTESE: Os bons REFRATORES possuem melhor qualidade e contraste nas imagens captadas em relação aos REFLETORES. Mesmo assim, recomendo a todos (as) venham adquirir um REFLETOR. Esse se mostra com preços mais em conta e facilidade de encontrar no comércio seja presencial ou Internet. Como também, é o modelo ideal para os iniciantes na Astronomia. Pois os bons REFRATORES (não me refiro às lunetinhas vendidas facilmente pela WEB ou nas lojas de material fotográfico) os bons são mais específicos aos observadores sistemáticos para observações mais pontuais. Eu tenho ambos os modelos de telescópios, inclusive, meus REFLETORES foram fabricados por minhas mãos (do espelho até sua montagem). Mas, confesso que sou absolutamente fã dos bons REFRATORES por me proporcionar mais detalhes diante os astros observados. Só para efeito de curiosidade, o meu primeiro instrumento astronômico depois de um binóculo francês da marca Clarop (não existe mais esse fabricante), foi um REFRATOR da marca TASCO produzido totalmente nos Estados Unidos, que ainda o tenho em funcionamento de forma perfeita. E isso faz 38 anos. Uma coisa é certa: Tomem CUIDADO na compra do seu instrumento, seja REFRATOR ou REFLETOR. Pois em meio a “globalização” tem que ter sorte ao adquirir instrumentos. Então, fica a dica em adquirir aqueles fabricados nos Estados Unidos, ou os sensacionais antigos produzidos na extinta União Soviética fique certo que estarás com um poderoso instrumento nas mãos para seus registros.

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Com relação as “lunetinhas” vendidas pela WEB e em casas comerciais de variedades, NÃO É UM BOM INSTRUMENTO, Pois bem, esse instrumento em questão tem a grande vantagem no seu preço por se mostrar mais em conta. Porém, perde na qualidade nas observações além das crateras da Lua. Saiba que a montagem não tem instabilidade, é um sistema Azimutal, o que torna-se um certo inconveniente para compensar o movimento de rotação da Terra para os iniciantes.


Mas especificamente sobre o instrumento em si, suas oculares são de plástico, e os parafusos de metal existentes para colimação da luneta guia e prender o diagonal e as oculares nele, deslizam em roscas de plástico, o que com o tempo e uso as roscas vão se desgastar. As oculares suas lentes são repousadas em estruturas internas de plástico, o que as faz derreter se você fizer uso da observação solar por projeção. Como também, o sistema de carretilha existente no focalizador é constituído de uma rodinha denteada de metal repousada em “dentes de plástico”. Assim, mediante os ajustes de foco forem intensos, fatalmente vai quebrar ou corroer um desses dentes o que vai impedir certos ajustes. O diagonal não é constituído de um prisma, e sim, de um espelho estando a 45°, isso significa uma certa perda de luz nos astros de pouco luminosidade. E por fim, as oculares que o acompanham, apenas as de distância focal maiores vai lhe proporcionar boas imagens dos astros. Ou seja: 12 mm ou 25 mm. Já as outras que acompanham (4 mm ou 6 mm), perdem muito a qualidade do que é captado com grandes aumentos.


Não quero desanimar aqueles (as) que desejam comprar essas “lunetinhas”. Assim, entenda essas minhas colocações como alguém que já teve experiência em lidar com esses instrumentos. Porém, caso desejem comprá-las, não tenho dúvidas que vão lhe proporcionar boas observações. Mas saibam que juntando um pouco mais, vocês podem comprar um REFLETOR de espelho 4 polegadas que vão lhe proporcionar melhores condições de observações. Pensem nisso!!!


A.A.P.

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